a flor murchou

as tardes começaram a ser todas iguais. mais tarde, passou a jantar e um cafézinho à noite. nos últimos tempos já só havia o cafézinho. talvez por falta de tempo da Inês. talvez por falta de iniciativa do Tomás. uma relação é como uma flor, se não for regada todos os dias, acaba por murchar. mas quando uma relação murcha, tudo se torna mais complicado. e foi isso que lhes aconteceu. o Tomás, que talvez acredite em contos de fadas, quer desesperadamente lutar por um amor que ele acredita existir. a Inês não se quer magoar. viu, sozinha, aquela relação cair enquanto lutava por esse amor em que o Tomás ainda acredita. o que ele não sabe, é que todas as noites em que deixava a Inês em casa, ela chorava. chorava por nunca ter tido companhia naquela luta. naquela luta que o Tomás quer retomar agora. agora que ela já não tem forças para lutar, agora que ela não consegue esquecer o que passou. os contos de fadas são imaginação das crianças e os finais felizes nem sempre existem. talvez a Inês se arrependa. ou talvez o Tomás lhe dê razão. porque mesmo que a reguem, a flor já não volta a ter vida.

2 comentários:

  1. Acho graça...só no fim, quando perdemos realmente a flor é que decidimos olhar para o vaso. É preciso perder para dar valor a algo.

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  2. Catarina, gosto muito dos teus comentários :) obrigada por me fazeres sentir que o que escrevo não é em vão. gosto de saber que consigo chegar às pessoas com as minhas histórias. umas imaginárias outras não.
    obrigada também por me leres e obrigada pela tua opinião.
    continua a imaginar! :)

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