tag:blogger.com,1999:blog-40909469291671810392024-02-20T09:33:11.354-08:00imagina, só.pode nem ser real. nunca vais saber.
imagina, só.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-18767628114693519582017-11-08T15:16:00.005-08:002017-11-08T15:16:45.940-08:00gira-discos<div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">ela pensava que se chorasse muito a dor se ia embora com as lágrimas. depois percebeu que, se não chorasse mais, não sentiria mais. nem mais um bocadinho... mas a verdade é que ainda lhe doía o coração de todas as vezes que pensava naquela dança. ela queria acreditar que estava feliz por ele, por se ter ido embora naquele dia. tinha deixado a porta aberta e o gira-discos a tocar. mas o telemóvel não voltou a dar um único sinal e essa noite foi tão fria! acendeu a lareira, sentou-se num canto com um copo de vinho e cantou aquela música todas as vezes que conseguiu na esperança que isso o trouxesse de volta. mas ele odiava essa música e não voltou, nunca mais. e ela gostava tanto de dançar!</span></div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-20596866278466596102017-10-28T07:29:00.000-07:002017-10-28T07:30:04.632-07:00sempre <div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">há uma certa e determinada altura na vida em que percebemos que as pessoas não duram para sempre. e toda a gente sabe que a palavra “sempre” significa sempre “sempre”. mas não, o “sempre” é relativo. o “sempre” também tem um fim e pode acabar a qualquer altura definida por qualquer pessoa. </span></div>
<div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">com ela foi assim. era sempre assim. e esse “sempre” chegou ao fim quando ela percebeu que afinal não era bem assim. as pessoas à sua volta não eram bem assim. e a vida também podia ser de outra maneira mas esta é e sempre foi a que ela queria viver. </span></div>
<div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">de uma coisa ela tem a certeza: sempre que ela quiser, o “sempre” pode ser sempre assim. </span></div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-82275703457636308752017-10-27T01:39:00.002-07:002017-10-27T01:39:21.486-07:00aquela mulher <div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">estava tanto calor naquele dia. respirar tinha-se tornado insuportável e ninguém podia sair dali. bufavam nos cantos e refilavam para os lados, com vontade de gritar que já não aguentavam aquelas condições. todos menos ela. ela desfilava pela sala como se caminhasse por cima de nuvens. fazia tudo de uma forma tão delicada... sorria para todos, a toda a hora. ninguém compreendia a boa disposição daquela mulher. era linda! desde o primeiro segundo que todos tinham reparado nela e nos seus bonitos lábios pintados de vermelho. parecia tudo tão fácil e tão mágico. não podia ser possível existir alguém tão feliz naquela sala, naquelas condições... e ela era mesmo linda!</span></div>
<div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">no final do dia, a pressa e o cansaço falaram mais alto e todos correram para casa. nunca se soube o nome daquela mulher. </span></div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-22439869065200817162017-10-26T03:03:00.006-07:002017-10-26T03:03:52.587-07:00isto e aquilo <div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">passaram tantos anos... talvez a vida toda. e ela passou esse tempo todo a dizer que era desta “isto”, que era desta “aquilo”, que não aguentava mais X, nem Y, nem Z. era sempre naquele momento, naquele mesmo segundo! ela subiria até ao ponto mais alto e gritaria para toda a gente ouvir. iriam ficar todos calados, petrificados, a escutá-la com atenção. qualquer que fosse o discurso improvisado. que tinha sido tantas vezes estudado... mas esse momento nunca chegava. porque naquele segundo aconteceu não-sei-quê e no outro segundo apareceu não-sei-quem e no outro imediatamente a seguir já não havia tempo para nada. tudo contava como desculpa esfarrapada para fugir. e a vítima era sempre a mesma. sempre. a parva da Filipa que insistia em comprometer a sua palavra de honra todas as vezes que tentava anunciar a sua importante decisão. nunca ninguém soube o que era. nem sonharam. nunca. nem ela, talvez. </span></div>
<div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit;">um dia, a verdade finalmente chegou e ela percebeu que o fim nunca iria chegar realmente e que as coisas nunca iriam mudar. mas poderiam ser encaradas de outra forma. nesse dia, a Filipa percebeu que era vítima dela própria e que, de certa forma, isso até era uma coisa boa. </span></div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-24764062438612852952017-10-25T03:14:00.002-07:002017-10-25T05:26:37.354-07:00tempestade <div style="color: #454545; font-stretch: normal; line-height: normal;">
<div style="font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">a Carolina fugia entre as gotas da chuva e escondia-se atrás do vento, achando assim que se protegia da tempestade. o que ela não sabia, é que tinha passado a fazer parte dela. sem se molhar, inundava tudo à sua volta e sem cair, destruía tudo por onde passava. enquanto tentava fugir de algo que ela própria criou. </span></div>
<div style="font-stretch: normal; line-height: normal;">
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;">a Carolina quer agora livrar-se da tempestade, mas o vento acalmou e a chuva parou. e ela já não tem por onde fugir, nem onde se esconder. o último sopro do vento destapou-lhe a cara. ela olhou pela janela. só lhe resta esperar que, na manhã seguinte, o sol volte a nascer.</span></div>
</div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-31653120587909146372017-05-28T11:31:00.001-07:002017-10-25T05:22:38.464-07:00o tempo voa<span style="font-family: inherit;">"o tempo voa", dizem eles. e voa tão depressa. um dia, a Carolina tentou agarrá-lo e ele escapou-lhe entre os dedos. e, quando deu por ela, tinha passado ainda mais tempo. somando tudo, percebeu que se perdeu num turbilhão de coisas que lhe preenchem os dias que, importantes ou não, criam histórias que nos marcam de alguma maneira.<br />
</span><br />
<div>
<span style="font-family: inherit;">
hoje, a Carolina voltou. segurou o tempo da melhor forma que conseguiu e prometeu não o deixar escapar de novo. afinal de contas, o tempo traz tantas histórias e elas têm de ser contadas!</span></div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-14953118648429714532016-04-26T07:49:00.002-07:002017-05-28T11:16:31.711-07:00ainda bem que ela foiela foi. um dia, foi. e os dias passam tão rápido que quando damos por eles já se transformaram em anos. e há tanta coisa que acontece em anos. tanta. e a Sofia foi. simplesmente foi. foi e transformou os seus dias em anos da melhor maneira que conseguiu.<br>
a Ana ficou. e com ela ficou uma enorme saudade que traz sorrisos e lágrimas que viajam no tempo. porque os seus dias também se transformaram em anos. e os anos mudam tanta coisa. tanta. mas não trazem a Sofia de volta. fizeram-na sorrir com os olhos que antes choravam. e a Ana sorri de volta. ainda bem que ela foi!Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-34798818913472973582016-04-20T07:47:00.000-07:002016-04-20T07:47:34.245-07:00ela não sabia dissoela abriu a porta com os olhos cheios de alegria. a noite anterior tinha corrido como um conto de fadas. daqueles contos de fadas que na verdade não existem, mas ela gosta de criá-los com pormenores bonitos à sua maneira. <div>
no dia a seguir, a Filipa arranjou o cabelo e saiu à rua com os mesmos olhos. aparentemente, tinha tudo para correr bem. sentou-se à espera. esperou demais. esperou demais por qualquer coisa que nem ela sabe o que é. nesse dia fechou a porta com outros olhos. bonitos, mas tristes. todos os contos de fados têm altos e baixos. mas ela não sabia disso, não o tinha escrito assim. </div>
Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-91593232144129662092016-04-18T02:43:00.000-07:002016-04-18T02:43:01.282-07:00puzzlesonhos. há sonhos que nos escapam por entre os dedos. outros deixamos cair e partem-se em tantos bocadinhos que já não sabemos nem de metade. a Mariana nunca o deixa fugir. e mesmo quando ele começa a ameaçar partir-se, ela agarra todos os bocadinhos que saltam e guarda-os num sítio onde ninguém consiga chegar. hoje acordou, vestiu as cores que gosta e pintou os lábios. está na altura de começar a fazer o puzzle. afinal de contas, já não falta assim tanto tempo.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-88201711953251681202015-08-27T07:24:00.001-07:002015-08-27T07:24:27.238-07:00um, dois, três.a Marta conta até três. conta até três, bem devagarinho, quando as saudades apertam muito. um, dois, três. respira fundo. a falta que ele faz dói-lhe muito. mesmo quando é só um segundo. mesmo que seja um piscar de olhos, um espirro. que sentimento é este? um sentimento que manda nela. tão estranho e tão bom. será isto o amor? "volta, volta". um, dois, três. um sorriso, um beijo e um abraço. "não vás!". é isto o amor! a ausência dói. todos os segundos ao lado dele. a Marta quer todos os segundos ao lado dele! um, dois, três. "fica comigo para sempre!".Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-79136920089966671402014-06-21T18:53:00.001-07:002014-06-21T18:53:44.920-07:00para além das paisagensos olhos dele são como que uma paisagem escondida que só os aventureiros conhecem. e essa paisagem acaba por ser a mais bela, às vezes pelo simples facto de terem tido coragem para a procurar. talvez seja isso que os torna tão bonitos. tão pequeninos. mas tão bonitos. com a Sara foi assim. aventurou-se nos olhos dele sem saber o que podia encontrar. as surpresas podem ser tão boas. o Vasco acabou por não ser só uns olhos bonitos. e aos poucos a Sara foi desenhando mais pormenores naquela que seria a paisagem ideal. os lábios macios e doces. a pele clara. as mãos grandes e os dedos tortos que encaixam perfeitamente nos dela. e os braços que a protegem e seguram quando tem medo de cair. o fascínio pelas pequenas coisas que os dois têm faz com que se entendam tão bem. e quando tudo é bonito e fica bem na fotografia dá vontade de ver mais. de conhecer mais. aqui e ali o Vasco vai-lhe mostrando um mundo novo. ele também gosta de aventuras. e as paisagens são bonitas. tão bonitas. mas existe muito mais para além delas. Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-3732922722996479142014-03-04T14:40:00.000-08:002014-03-04T14:41:06.609-08:00crianças em fugaeles encontravam-se quando a manhã falhava nos campos do desejo. encontravam-se quando ele perdia a sua parte no coro do escuro. onde havia a promessa de conduzir o que era certo. enquanto os dois sabiam que os campos iriam ficar brancos. e ela sabia que ele nunca falaria de dias porque sabia que ela não os ia contar. eles nunca cresceram um único dia desde que partilharam o veneno. e quando caminhavam de volta a casa, nunca confessavam o que tinham feito. eram apenas crianças em fuga.<br />
eles nunca fizeram parte das fotografias tiradas, enquanto alimentavam o fogo com chamas até não restarem lembranças. e o céu frio escreveu-lhes uma canção, mas eles nunca confessaram o que fizeram. o reflexo nos olhos deles podiam pintá-los como assassinos. e até que o terror do seu tempo os pudesse perdoar como amantes, eles iam partindo corações. e não, ele nunca falaria de maneiras porque sabia que ela não as ia tentar. e todas as armas que caíam do céu eram para eles abraçarem. <br />
o céu frio escreveu-lhes uma canção, mas eles nunca confessaram o que fizeram. são apenas crianças em fuga.<br />
<br />Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-23905354214325645912014-02-26T16:56:00.001-08:002014-02-26T16:56:50.405-08:00elas têm tanto medoo sentimento é quase como um bichinho chato que anda em nós, de um lado para o outro. dificilmente nos faz sentir perfeitamente bem ou tremendamente mal. talvez seja essa a magia do ser humano, conseguir misturar uma data de coisas boas e más e transformá-las num sentimento. e por isso mesmo, os sentimentos não se explicam. <div>foi assim que aconteceu com a Samanta. tudo começou por ser uma enorme confusão, em que tudo o que era bom estava mal e tudo o que era mau estava bem. e demorou tanto tempo até ela conseguir perceber. depois de distribuir todos os seus pensamentos por pequenas gavetas, organizadas por cores e letras ela chegou a uma conclusão: ela amava aquele homem. e o amor é o sentimento mais bonito e mais chato de todos, o pior bicho que pode andar em nós. o da Samanta era enorme. tão grande que a fez pensar que já tinha sentido tudo o que alguma vez podia sentir. e que, dali para a frente, não iria sentir nada de novo, nada tão forte. apenas pequenas versões do que já tinha sentido. </div><div>afinal de contas, existe algum bicho que volte à vida? quando morre, apenas deixa as suas crias, pequenas imitações dele próprio. e elas têm tanto medo...</div>Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-2823919348467587482014-01-08T16:19:00.001-08:002014-01-08T16:19:57.977-08:00pequenos monstros apenas para elaa Joana chora. e chora sempre que não quer. chora sempre que não pode. quando sente os lábios salgados e se apercebe que, apesar de lentamente, os outros à sua volta já repararam nas lágrimas que lhe caem pelo rosto corado, ela fica atrapalhada. chora ainda mais por tentar arranjar mil e uma justificações, numa tentativa fracassada de impedir todas as perguntas que se seguem. mas nunca consegue. seriam precisas várias revistas cor-de-rosa para explicar o que se passa àqueles que se preocupam e não percebem e àqueles que apenas se fingem interessados porque fica bem, talvez, na capa da próxima revista. acaba sempre por lhe sair um "nada" um tanto ao quanto tremido e pouco confiante. o rótulo de "coitada" é quase certo, em alguns momentos acompanhado por uma ideia de fraqueza ou apenas chamada de atenção. <div>a Joana chorava. e chorava quando podia. o Miguel adivinhava-lhe as lágrimas mesmo antes dos seus olhos ameaçarem. e ela não se atrapalhava. aceitava o ombro dele como porto de abrigo. só a ideia de o ter ao seu lado fazia-a voltar a sentir os pulmões e respirar fundo até que a sua voz finalmente voltasse. falava durante horas, de uma maneira desorganizada e trapalhona, de tudo aquilo que lhe molhava os olhos. o Miguel ouvia, até as coisas que não tinham pés nem cabeça e eram pequenos monstros apenas para ela. quando a Joana acabava, ele abraçava-a com força e dava-lhe um beijo porque sabia que os seus beijos curavam tudo. </div><div>a Joana chora. e chora sempre que não quer. chora sempre que não pode. o Miguel foi-se embora e não há ninguém que lhe adivinhe as lágrimas, mesmo depois dos seus olhos ameaçarem. </div>Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-7289728823798309152013-12-19T06:57:00.001-08:002013-12-19T06:57:10.396-08:00vou acreditar em ti.os lábios dele são doces e ela é tao gulosa. deu-lhe um beijo do tamanho da perfeição dos dele. envolveram-se numa enorme mistura química, daquelas que criam algo incrivelmente único sem ninguém perceber muito bem como. tudo à volta deles deixou de existir, transformando-se quase que em nuvens, como se de um sonho se tratasse. a Camila sorriu e o João sorriu de volta, um pouco nervoso. "vou acreditar em ti", disse-lhe. Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-65279267102539259872013-09-16T17:05:00.000-07:002013-09-16T17:06:28.903-07:00o "amor"o que é isso do amor que toda a gente tanto fala associado a uma catrefada de coisas que nada têm a ver umas com as outras? tanto desejo e tanta repugnância. as amigas da Filipa pareciam ser peritas nisso, já com mestrado e doutoramento na área. umas riam, outras choravam. umas loucas, outras apenas caladas. mas parecia que era um mal comum neste mundo. uns diziam sim, outros diziam não. e depois havia aqueles que se ficavam pelo talvez, sempre acompanhado por uma daquelas teorias que dava vontade de vomitar de tão pouco sentido que faziam. a Filipa continuava perdida. procurando esse tal "amor" em todo o lado, em todas as pessoas, em todas as coisas. à espera que ele aparecesse ao virar da esquina, debaixo da cama ou dentro de uma gaveta. enchia-se de esperança, contava até três e quando dava por ela, ele já tinha fugido. um dia encontrou-o. embrulhado num manto de complicações sem pés nem cabeça. e quando o desembrulhou, lá estava ele, o "amor". mas não estava sozinho. vinha acompanhado de um outro a quem todos chamam "problema". e este, era um grande problema.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-85793052979863362242013-09-16T14:34:00.002-07:002013-09-16T14:34:53.811-07:00jardim do paraísoo Francisco disse-lhe que seria um dia, que se chegaria a ela para a fazer feliz. prometeu-lhe procurar uma maneira de fugir. um dia. a Mariana nunca pensou vê-lo de novo. e ter de lhe dizer. ter de lhe dizer que tinha perdido a cabeça, mais uma vez. ela fugiu sozinha. deixou o mundo, de onde fugia. para estar nos braços dele, ela morria. sozinha nos braços dele, ela voava. ela fugiu sozinha. correu um longo caminho para lá chegar. um dia. lembrou-se de todos os sítios. todas as coisas estavam ali. as folhas das árvores caiam-lhe nos pés. e para a Mariana, elas não significavam nada. pediu que a acordassem quando fossem a caminho do paraíso. que a levantassem do chão e a levassem para o jardim do paraíso.<br />
<br />Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-4756171639020340702013-09-08T18:50:00.004-07:002013-09-08T18:50:26.215-07:00certezao Gonçalo começava por lhe sorrir e a Inês sorria de volta. os sorrisos não custavam nada, conseguiam fazer deles o que quisessem. trocavam olhares que congelavam momentos. depois, ele agarrava a mão dela num gesto mais sincero, mais verdadeiro. a seguir abraçava-a com força como se a proibisse de sair dali. por fim, beijava-a de uma maneira que a fazia sorrir com o coração. era aí que ela sabia que o Gonçalo estava apaixonado por ela. o tempo passou e com ele foram as certezas. mas uma ficou: a certeza que são dos beijos dele que ela mais gosta na vida.<br />
<br />Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-31784102481271329922013-07-02T18:32:00.001-07:002013-07-07T08:19:47.551-07:00cumprir promessasele não sabia cumprir promessas e ela sabia disso apesar de ter acreditado quando ele lhe prometeu que um dia iria à praia com ela. algo banal mas que a fez sentir a pessoa mais importante da vida dele por conseguir movê-lo para um sítio que ele não gostava. só pela sua companhia. no dia em que ele lhe fez essa promessa, a Rita sentia-se só. tinha passado todo o tempo em que esteve sozinha a imaginar como seria se ele estivesse ali ao lado. o desespero das coisas que lhe passaram pela cabeça deixou-a assustada. o Duarte ligava sempre nesses dias, parecia que alguma coisa nele adivinhava que ela precisava desesperadamente de ouvir a sua voz doce de criança, a fazer promessas e a dizer coisas bonitas. a Rita acredita, ou tenta acreditar em tudo o que ele diz. não por confiar nele, mas por o amar de tal maneira que não suporta a ideia de as coisas não serem tão bonitas como ele as descreve. delicia-se a ouvir todos os seus planos para o futuro deles, mesmo sabendo que todos os desejos podem não chegar ao fim. o Duarte muda de ideias muito facilmente e isso é algo que ninguém que o conhece consegue compreender. o telefonema em que prometeu à Rita que um dia iria com ela à praia, foi curto. prometeu-lhe também voltar a ligar mais tarde. nessa noite, ela adormeceu de luzes acesas e com o telemóvel na mão, à espera que ele voltasse a ligar. mas o Duarte... o Duarte não sabe cumprir promessas. Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-8541664840880112312013-06-30T06:58:00.001-07:002013-06-30T06:58:08.263-07:00será que é desta?o Gustavo voltou. com o mesmo sorriso, o mesmo olhar e o mesmo cheiro. mas mais bonito, melhor vestido e menos envergonhado. tudo parece repetir-se. umas vezes parece melhor, outras pior. mas na verdade, era igual na altura. a Carolina parece confusa. enfeitiçada na mesma mas com um pé atrás. não percebe se sim ou se não, se "um dia" ou "nunca mais". ou talvez seja tudo da cabeça dela. o que é certo é que o Gustavo voltou. com o mesmo charme, a mesma conversa e as mesmas confusões. o problema? nenhum dos dois sabe ler pensamentos. voltou o Gustavo, voltou a Carolina e voltou a confusão. "será que é desta?" ou "vai ser tudo igual?".Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-71390608720032899362013-06-27T09:56:00.001-07:002013-06-27T09:56:05.574-07:00ela não pode voltara Teresa e o Tomás têm a história de amor mais bonita do mundo, apesar de ninguém saber. mas nem todas as histórias de amor bonitas resultam e uma relação entre eles tem tudo para correr mal. o Tomás não quer desistir, mas também não sabe lutar. está preso a uma realidade que não lhe traz nada de novo e que não lhe faz nada bem. a Teresa não sabe resistir-lhe. volta para ele de todas as vezes que ele quer. de alguma maneira, ele sabe como lhe dar a volta. fala, agora, sobre o futuro quando disse nunca pensar nele. e a Teresa, a sonhadora que planeia tudo ao pormenor... está a perder as esperanças e está a desistir. porque a liberdade é algo que ela já não sente há algum tempo. e, mais cedo ou mais tarde, o Tomás vai voltar a magoá-la. mas desta vez, ela não pode voltar aos braços dele. deixou de ser como ele quer.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-33261215041322580402013-06-16T08:18:00.003-07:002013-06-16T15:59:44.791-07:00ele não sabe<span style="font-family: Verdana, Geneva, sans-serif;"><span style="font-size: 14px; line-height: 19px;">estava frio, naquele dia. os bolsos da Marta estavam cheios de papéis de rebuçados. ainda ficou ali alguns minutos depois do João se ter ido embora. havia tanto para fazer, mas era impossível acabar tudo naquele dia. limpou os olhos e voltou a pôr as mãos nos bolsos. quis mandar-lhe uma mensagem mas ele tinha acabado de sair dali. sempre que estava com o João, ficava alguma coisa por dizer. podia ter fumado um cigarro, mas tinha perdido a vontade. talvez por ele não lhe ter olhado nos olhos, nesses 5 minutos de conversa. a Marta desistiu. esperou por ele demasiado tempo. entre almoços, jantares, teatros e cafés. nesse dia, entreteve-se a ver um filme lamechas e adormeceu com o telemóvel na mão para o sentir, caso ele respondesse a horas indecentes. não respondeu. como sempre. naquele momento, ela não encontrou mais nada que a fizesse esperar por ele. desistiu, a Marta desistiu. e ainda hoje, o João não sabe o que aconteceu.<span style="color: white;"> </span></span></span>Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-81098484657022214942013-06-16T06:01:00.001-07:002013-06-16T06:04:03.487-07:00e amanhã?a Ana atirava-se de cabeça, de todas as vezes. achava sempre que tinha encontrado o seu príncipe encantado e que um dia ele lhe apareceria à porta de casa montado num cavalo branco. nenhum deles tinha cavalo e o encanto rapidamente se desvanecia. a Ana ficava com o seu coraçãozinho pequenino, mas facilmente partia para outra. desde que se apaixonou pelo Miguel, parece que tudo aquilo que ela sempre foi se transformou. ele não tem cavalo (nem branco, nem preto) e desta vez, o encanto não se vai embora. a Ana morre de medo dele. num dia ama-a profundamente, no outro precisa de estar sozinho, de repente arranja outra rapariga e no dia seguinte já volta a amá-la profundamente, fazendo planos sobre a casa onde vão viver e os nomes que vão dar aos filhos. de todas as vezes que ela se fartava, ele corria atrás dela. de todas as vezes que ela se entregava, ele fugia dela. mas de todas as vezes que estão em sintonia, é perfeito. agora sonham com uma casa em Alfama, um casamento pequenino e uma filha (Madalena, talvez) a correr pela casa.<br />
e amanhã? como é que vai ser amanhã?Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-83316787972536911102013-06-14T14:54:00.001-07:002013-06-14T14:54:23.340-07:00a flor murchouas tardes começaram a ser todas iguais. mais tarde, passou a jantar e um cafézinho à noite. nos últimos tempos já só havia o cafézinho. talvez por falta de tempo da Inês. talvez por falta de iniciativa do Tomás. uma relação é como uma flor, se não for regada todos os dias, acaba por murchar. mas quando uma relação murcha, tudo se torna mais complicado. e foi isso que lhes aconteceu. o Tomás, que talvez acredite em contos de fadas, quer desesperadamente lutar por um amor que ele acredita existir. a Inês não se quer magoar. viu, sozinha, aquela relação cair enquanto lutava por esse amor em que o Tomás ainda acredita. o que ele não sabe, é que todas as noites em que deixava a Inês em casa, ela chorava. chorava por nunca ter tido companhia naquela luta. naquela luta que o Tomás quer retomar agora. agora que ela já não tem forças para lutar, agora que ela não consegue esquecer o que passou. os contos de fadas são imaginação das crianças e os finais felizes nem sempre existem. talvez a Inês se arrependa. ou talvez o Tomás lhe dê razão. porque mesmo que a reguem, a flor já não volta a ter vida.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4090946929167181039.post-84285507577655449352013-04-21T13:50:00.000-07:002013-04-21T13:53:16.544-07:00ela quer fugir tambémpara o Filipe, ela tem umas mãos bonitas, umas pernas lindas e uns lábios perfeitos. e para ele, ela é também a mulher dos seus sonhos. ele adora a boquinha que ela faz a dormir, os segredos que lhe diz ao ouvido e as mensagens lamechas que lhe manda durante a noite. na cama, eles encaixam perfeitamente um no outro.<br />
para a Rita, ele tem um bom rabo, uma barriga linda e uns lábios óptimos de beijar. e para ela, não há nada melhor no mundo do que o abraço dele. ela adora as festinhas dele, a maneira como ele sorri e todas as vezes que ele diz o quanto a ama. nunca ninguém diria que ficariam tão bem juntos.<br />
mas para o Filipe, o amor não é como nos filmes. na verdade, ele é apenas um cobarde. que foge dela à procura de qualquer coisa que o torne numa pessoa diferente.<br />
mas para a Rita, nada disto faz sentido. na verdade, ela ama-o desesperadamente. e de cada vez que ele foge... de cada vez que ele foge, ela quer fugir também. só não sabe como.Casamento Catarina & Andréhttp://www.blogger.com/profile/11385273500102051962noreply@blogger.com3