uma merda, só isso.

desde o dia em que ela lhe fugiu... desde o dia em que ela lhe fugiu, o Tiago não sabe o que fazer. tem no seu colo outra miúda sentada. sonsa, sem graça, pãozinho sem sal. mas ele não suporta o cheiro dela, a voz dela, os gestos dela. porque por muito que ele tente, ela nunca vai ser a Catarina. nunca terá a mesmo força, a mesma garra, a mesma vontade de lutar e o mesmo amor para lhe dar. e ele está tão perdido. tem os seus olhos pequeninos molhados enquanto lança um sorriso sem vontade à miúda que está ao seu colo. "sai daqui", apetece-lhe dizer. as lágrimas começam a multiplicar-se mas ele não desfaz o sorriso porque, afinal de contas, "os homens não choram". mas o Tiago nunca foi um homem como os outros e só a Catarina sabia disso. quer levantar-se, dizer àquela miúda para desaparecer e ir lutar pela mulher que ama. mas outra coisa que o Tiago nunca foi... corajoso. deixa-se estar, ainda com o sorriso sem força nos lábios. não consegue aguentar uma lágrima que lhe cai pela cara. a miúda parece preocupada. "sou uma merda, só isso", diz-lhe.

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